sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Uma Mulher Centenária.

 

      Nascida  de  família  pobre, filha  do ferreiro  Antônio  Caetano  da Silva e de Francisca Cordeiro .
      Teve  uma vida  cheia de dificuldades pois desde a sua infância dedicou-se aos afazeres  do lar, quase não frequentava a escola e todos os anos tinha que abandonar os estudos para tomar conta dos irmãos(ãs) rescenascidos, por este motivo tinha em mente apenas o alfabeto cantado na música de Luiz Gonzaga que tem como título (ABC do Sertão). Eu achava muito engraçado ela ignorar o alfabeto atual dizendo: No meu tempo era mais divertido nós cantava-mos  o alfabeto para mostrar se tinha aprendido ou não, mas na realidade ela apenas ela havia  decorado  a melodia da música de Luiz Gonzaga.
      Um tempo sua mãe veio a perder a visão, mesmo assim realizava as tarefas domésticas através do tato e Zulmira vendo a necessidade de ajudar nas despesas da casa  resolveu  procurar um emprego tornando-se  então a engomadeira da  Casa -Grande  Senzala ,onde  acabou se envolvendo com João Carlos de Souza Leão, pouco tempo depois engravidou  e com medo dos pais foi para a casa de uma tia, logo a barriga começou  a crescer e sua tia a mandou de volta para casa.
      Ao retornar teve uma grande surpresa encontrou a sua irmã Anunciada envolvida com ele também,sendo  Anunciada a escolhida por esposa e foi Zulmira quem engomou  o terno para o casamento com muita tristeza.
      Mesmo assim permaneceu na Casa-Grande , e foi dela que nasceu a primeira filha de João Carlos de Souza Leão .Sendo ela: Edite Cordeiro do Nascimento.
      Outros filhos (as),nasceram do casal “Anunciada e João Carlos,” mas Zulmira ainda dera a luz a mais duas filhas dele: Maria José da silva ( China) e ( Alaíde Cordeiro de Melo).As três só foram registradas na maior idade e sem o sobrenome do pai. Mas um fato é importante as duas famílias eram  unidas e todas as irmãs tinham  muito respeito por Edite e quando queriam passear, era sobre a responsabilidade dela pois assim a confiança era dada pelo pai.
      Edite, China e Alaíde foram criadas com muito sacrifício ao punho de um ferro de passar roupas  movido  a carvão, o famoso ferro de brasa. Mas a  nobre guerreira  nunca reclamou de nada,a humildade  serviu de força e honradez para aquelas três filhas que tanto amava e respeitava  sua mãe.
      Com a morte dos  ilustres patrões ,ela passou a ser a engomadeira da comunidade e sempre com o seu ferrinho a brasa mantinha o sustento da família.
       As suas filhas se destacaram no ateliê de Onésia ( Maninha) quem lhes ensinara a arte de costurar.Tendo Alaíde habilidades também com: Tricô, crochê, labirinto, bordados e tenerife.(artesanatos).
       Edite, passou a ser professora do município e Zulmira por ser uma mulher solidária  cozinhava na sua residência a merenda escolar no fogãozinho à carvão e na hora do recreio ela conduzia a merenda até a escola com muito amor, nunca ganhou um tostão mas também jamais reclamou foi assim por longo tempo.
      Nesta época a minha mãe já havia falecido, mas  Zulmira e  Edite continuavam lutando para dar o melhor de si para mim e a minha irmã.
      Tinha ela muito orgulho por nunca em sua vida ter tido um intrigado, quando conseguiu se aposentar comprou uma casinha a Tereza Santa Cruz.Foi mãe e pai para mim e para a minha irmã Ciete e muito temos a nos orgulhar desta simples e nobre mulher que faleceu aos 100 anos e 3 meses, mas que permanece viva em nós e na comunidade pelos seus serviços prestados e seu exemplo de boa mãe, avó e cidadã.




                                        Colaboração : Angela  Lucena.
                                     
Postado por : Jullyene  Karolynne.




quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Projeto de Leitura ano 2011.

    O projeto de  leitura : ”Linguodinâmica”, Tema criado para explorar  o desempenho lingüístico dos alunos da Escola  Municipal  Pe. Heraldo  Cordeiro de Barros no ano de 2011, teve como objetivo  desenvolver a oralidade de forma dinâmica , prazerosa e construtiva , envolvendo pessoas da comunidade que se dispuseram  a participarem  como contadores de histórias de trancoso.
    Dramatização  de  um poema  especificando  a “Norma Culta e a Linguagem  Coloquial”; além de depoimentos com  ACS ( Agentes Comunitários de Saúde ) e membros da Secretaria  Municipal de Educação da cidade de Sanharó, alunos e pais. Além de artistas locais.

                    Manoel, Antônio de Pádua, Daynara e Paula 

                                                    Raquel.

                                   Geane, Angela, Diogo e Jullyene

                        Colaboração: Angela Lucena.
                        Postado por: Jullyene Karolynne.                             



    


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Educação se Constrói...


       Com ética, planejamento,compromisso,respeito mútuo, coletividade, desafio, inovação,estímulo, criatividade, doação...Pois é, muito amor pelo que faz, para então garantir o sucesso da aprendizagem.
       Estes são  apenas  alguns  dos  elementos primordiais nesta construção  do saber, onde o alicerce acima de tudo  deve  ser bem estruturado e os responsáveis  por  ele, valorizados.   Pois o educador  é um mediador de conhecimentos numa viagem que solidifica a construção  para a vida.
                                                 
                                       
Analise

                              Muita gente valoriza
                              Um  médico, um engenheiro
                              Um  juiz, um promotor
                              Um  padre, um dentista
                              Um psicólogo, um governador
                              Um presidente, um astrônomo
                              Esquecendo-se, que  todos eles
                              Construíram seus saberes
                              Com o ilustre Professor.

 

                           Angela Maria de Melo Lucena.
Momentos inesquecíveis no processo de ensino/aprendizagem.

      

   

                          

         

    

    




                      

















 
 




 




 










Colaboração: Angela Lucena.
Postado por: Jullyene Karolynne.

                                             

sábado, 25 de agosto de 2012

Estação Sanharó




    Lendo  o livro “ MIOLO-DE-POTE” Sanharó  em versos & prosas do autor : Elder  Aquino, fiquei bastante emocionada com a poesia “Estação Sanharó” do compositor João Roberto Maciel  de  Aquino. Pois mesmo sendo uma pré-adolescente  admiro muito  a cultura, principalmente a do meu município  que é tão bela.

     A poesia de João, relata  fatos que me fizeram lembrar momentos vividos por minha mãe. É  sobre o trem “ Maria  Fumaça” e os produtos conduzidos pelo “Trem de Cargas” , é que ela conta nas suas aulas que ia à Sanharó  apenas de 2 em 2 meses só para ver o trem Maria Fumaça”,e levava  “Mamonas” para vender e do dinheiro apurado comprava  panelinhas de barro para a sua casinha de brinquedos.

     Sei que há quem se admire por eu ser tão jovem e conduzir o meu blog desta forma, lógico!  É com a ajuda da minha mãe,todos podem ver que as colaborações  são dela, mais assim como eu ,é possível ver que recebo comentários  de muitos colegas da minha idade isso mostra  a necessidade de ter pessoas que nos repasse  o contexto dos nossos antepassados de forma  prazerosa e dinâmica.

     Hoje fiz questão de escrever esse  texto, mas pedi que  ela  me ajudasse a estrutura-lo melhor. Pois além de postar a poesia de João Roberto, quero agradece-lo por sempre valorizar a nossa terra e o nosso trabalho.

                                       

                                   Estação  Sanharó
                                        ( Poesia
Todo dia era uma festa
Sempre próximo ao meio-dia
Na  hora do  trem  passar
A plataforma  se  enchia
Uns rindo por quem chegava
Uns chorando por quem ia.


                                         
                                          Quando  o sino  badalava
                                          Era o “Chefe” avisando
                                          Que  dali a pouco tempo
                                          O trem  estava  chegando
                                          Quem escutava  o sinal
                                          Já  ia  se  aproximando.

Uns  pra receber alguém
Uns pra vender ou comprar
Outros cheios de bagagens
Prontos para viajar 
Outros, porém, muitos outros
Só  pra verem o trem passar.

                                      
                                        O  trem trazia cultura

                                        Pra esse rincão brasileiro
                                        Notícias da capital
                                        
Colhidas de passageiros
                                        Ou  compradas em jornais
                                        E na revista “ O Cruzeiro”.

  vinha Luiz Penquinha
Tabuleiro  de  cocada
Coberto com uma toalha
Bem branquinha e engomada
Um  copo e uma quartinha                                                             
Com água  quase  gelada.

                                      
                                       Além de cocada boa
                                       Vendiam  também quindim
                                       Mata-fome, beira-seca
                                       Mariola, amendoim,
                                       Rolete de cana  doce
                                       Puxa-puxa e alfenim.

E  quando o trem demorava
Um  pouco mais na parada
Passageiros aproveitavam
Pra tomar uma lapada
No bar de Paulo Muniz
Com tubaína gelada.
                          
                                     
                                      Além de gente e cultura
                                      Que o trem levava e trazia
                                      Também movimentava
                                      A nossa economia
                                      Deixando bens de consumo
                                      Levando o que se produzia.

O trem de carga parava
No armazém da estação
Carregado de açúcar
Farelo de algodão

Cimento, sal, querosene

Cachaça, trigo, sabão.
                                
                                    
                                     
E voltava carregado
                                      Com milho, fava, feijão
                                      Mamona, café, farinha
                                      Muitos fardos de algodão
                                      Do armazém de Estevão Inácio
                                      Líder nesta região.
                            
Quando o trem dava partida
Tinha uns moleques de fé
Que amocegavam o bicho     
Chega lotavam o loré
Iam até Maniçoba
E voltavam rindo, a pé.

                                     
                                      A noitinha, uns presepeiros
                                      Botavam o trole na linha
                                      O enchiam de meninos
                                      Para dar uma voltinha
                                      Acunhavam linha afora
                                      Iam até Caianinha.
                             
Asfaltaram as estradas
Tudo começou mudar
Começaram os caminhões
O progresso transportar
E os trens foram minguando
Não vi mais nenhum passar.
                            
                                     
                                     
Nossa Estação Sanharó
                                      Pouco a pouco abandonada
                                      Só serviam pra morcegos
                                      E pardais fazer morada
                                      Por pouco não se tornara
                                      Centenária e sem ter nada.
                                   
Porém, graças a ações                     
Do poder municipal
Foram os prédios reformados
Ao estilo original
Hoje, é nosso patrimônio
Histórico e cultural.

                                     
                                      Tem auditório e teatro
                                      Onde tinha um armazém
                                      Passam jovens talentosos
                                      Por onde passava trem
                                      Um Diretor de Cultura agora
                                      Ocupa a sala que outrora
                                      Era do Chefe da Estação
                                      E Sanharó segue nos trilhos
                                      Sendo orgulho pros seus filhos
                                      E exemplo pra região.









O trem  era também um transportador de saudade....Dos amores que se iam...Das lembranças que ficavam...
 

Parabéns! João Roberto, pela belíssima poesia.

Postado por: Jullyene Karolynne.