Uma Mulher Centenária.
Nascida de
família pobre, filha do ferreiro
Antônio Caetano da Silva e de Francisca Cordeiro .
Teve uma vida
cheia de dificuldades pois desde a sua infância dedicou-se aos
afazeres do lar, quase não frequentava a
escola e todos os anos tinha que abandonar os estudos para tomar conta dos
irmãos(ãs) rescenascidos, por este motivo tinha em mente apenas o alfabeto
cantado na música de Luiz Gonzaga que tem como título (ABC do Sertão). Eu
achava muito engraçado ela ignorar o alfabeto atual dizendo: No meu tempo era
mais divertido nós cantava-mos o
alfabeto para mostrar se tinha aprendido ou não, mas na realidade ela apenas
ela havia decorado a melodia da música de Luiz Gonzaga.
Um tempo sua mãe veio a perder a visão,
mesmo assim realizava as tarefas domésticas através do tato e Zulmira vendo a
necessidade de ajudar nas despesas da casa
resolveu procurar um emprego
tornando-se então a engomadeira da Casa -Grande
Senzala ,onde acabou se
envolvendo com João Carlos de Souza Leão, pouco tempo depois engravidou e com medo dos pais foi para a casa de uma
tia, logo a barriga começou a crescer e
sua tia a mandou de volta para casa.
Ao retornar teve uma grande
surpresa encontrou a sua irmã Anunciada envolvida com ele também,sendo Anunciada a escolhida por esposa e foi
Zulmira quem engomou o terno para o
casamento com muita tristeza.
Mesmo assim permaneceu na
Casa-Grande , e foi dela que nasceu a primeira filha de João Carlos de Souza
Leão .Sendo ela: Edite Cordeiro do Nascimento.
Outros filhos (as),nasceram do
casal “Anunciada e João Carlos,” mas Zulmira ainda dera a luz a mais duas
filhas dele: Maria José da silva ( China) e ( Alaíde Cordeiro de Melo).As três
só foram registradas na maior idade e sem o sobrenome do pai. Mas um fato é
importante as duas famílias eram unidas
e todas as irmãs tinham muito respeito
por Edite e quando queriam passear, era sobre a responsabilidade dela pois
assim a confiança era dada pelo pai.
Edite, China e Alaíde foram criadas com muito
sacrifício ao punho de um ferro de passar roupas movido
a carvão, o famoso ferro de brasa. Mas a nobre guerreira nunca reclamou de nada,a humildade serviu de força e honradez para aquelas três
filhas que tanto amava e respeitava sua
mãe.
Com a morte dos ilustres patrões ,ela passou a ser a
engomadeira da comunidade e sempre com o seu ferrinho a brasa mantinha o
sustento da família.
As suas filhas se destacaram no
ateliê de Onésia ( Maninha) quem lhes ensinara a arte de costurar.Tendo Alaíde
habilidades também com: Tricô, crochê, labirinto, bordados e
tenerife.(artesanatos).
Edite, passou a ser professora do
município e Zulmira por ser uma mulher solidária cozinhava na sua residência a merenda escolar
no fogãozinho à carvão e na hora do recreio ela conduzia a merenda até a escola
com muito amor, nunca ganhou um tostão mas também jamais reclamou foi assim por
longo tempo.
Nesta época a minha mãe já havia
falecido, mas Zulmira e Edite continuavam lutando para dar o melhor
de si para mim e a minha irmã.
Tinha ela muito orgulho por nunca
em sua vida ter tido um intrigado, quando conseguiu se aposentar comprou uma
casinha a Tereza Santa Cruz.Foi mãe e pai para mim e para a minha irmã Ciete e
muito temos a nos orgulhar desta simples e nobre mulher que faleceu aos 100
anos e 3 meses, mas que permanece viva em nós e na comunidade pelos seus
serviços prestados e seu exemplo de boa mãe, avó e cidadã.
Colaboração : Angela Lucena.
Postado por : Jullyene Karolynne.
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